Mais uma surpresa a marcar o último jogo dos 1/4 de final da Liga dos Campeões 20/21.
O favorito Manchester City caiu aos pés de um hiper-organizado Lyon que viu por várias vezes a estratégia adoptada (e naturalmente bem treinada) ter a consequência que sempre se deseja: o sucesso.
Vejamos com recurso a imagens o que se passou neste grande duelo tático, onde apesar dos 4 golos as oportunidades não abundaram e os espaços permitidos foram, quase sempre, os que o adversário quis "oferecer".
O MC escalou um 11 que à partida assentaria no seguinte:
Desde cedo se percebeu que a flexibilidade tática de Guardiola remete qualquer sistema de jogo a uma sequência de números, pelo que as dinâmicas apresentadas, a atacar e a defender, levaram a equipa para longe do 4-3-3 preconizado.
O Lyon, como esperado, deu iniciativa de jogo ao adversário, posicionando-se confortavelmente no seu 1/2 campo defensivo. Acima de tudo, interessava fechar todos os milímetros por onde a bola pudesse entrar e ao mesmo tempo ter espaço para explorar as costas do adversário.
E que jeito que esse espaço deu...
O City, em posse na fase de construção bem adiantada, posicionava-se numa estrutura de 3-3-4 - Fernandinho a ocupar o corredor centro/direita, laterais projetados, Rodri como ponto de equilíbrio por dentro (muito pouco) e os "médios-ala", Sterling e De Bruyne a ocupar espaços interiores.
Aqui começa então o problema.
Rudy Garcia montou a sua equipa a defender num bloco compacto num 5-3-2, com os laterais a pressionar os laterais do City e o central do lado da bola a acompanhar sempre os movimentos de aproximação e de profundidade dos alas da equipa de Manchester.
É preciso uma concentração máxima para aguentar esta missão um jogo todo, sem que isso nunca comprometa o alinhamento da linha defensiva.
Marçal (lembram-se dele??) e Denayer estiveram exímios nesse aspeto.
A zona de pressão identificada pelo Lyon era precisamente os movimentos interiores do adversário. Recuperar a bola ali, com a equipa de Guardiola exposta e em inferioridade na zona central, tendo os centrais que se preocupar em retirar imediatamente espaço em profundidade com receio dos movimentos de Depay, fez com que o Lyon fosse saindo algumas vezes com perigo em acelerações rápidas.
É precisamente um movimento de profundidade no lado "cego" de Eric Garcia que permite a Ekambi isolar-se e possibilita a Cornet fazer o primeiro golo.
Acima de tudo, podemos descrever a prestação do Lyon em Alvalade como altamente prática.
Equipa segura, a saber o que fazer em todos os momentos.
Na primeira reposição a partir do guarda-redes nem hesitaram em jogar longo. Na segunda vez o City já não veio. Então aí sairam a jogar.
Estes "tiques"de esperteza foram visíveis ao longo do jogo como já vamos analisar.
Agora, passemos os olhos pelos momentos inversos, ou seja, Lyon com bola e MC a defender.
O receio que a estatura de Ekembe permitisse em bolas aéreas encontrar Depay nas costas, fez com que Guardiola optasse por uma linha inédita (?!) de 5 jogadores em momento defensivo, tendo Fernandinho como 3º central. O objetivo era claro, garantir superioridade numérica na zona central onde muitas vezes a relação socio-afetiva dos dois avançados do Lyon lhes garante, em caso de igualdade numérica, vantagem posicional.
A isto, Guardiola juntou os 2 médios centro, Rodri e Gundogan que muitas vezes se viam em inferioridade numérica face à presença dos 3 médios adversários - Aouar, Bruno Guimarães e Caqueret.
Veja-se na imagem:
A equipa de Guardiola ia circulando a bola mas sem entrar em zonas perigosas.
Os movimentos de arrastamento de dentro para fora dos alas encontravam sempre um acompanhamento eficaz do central desse lado.
Os últimos 5 minutos da primeira parte trouxeram uma mudança de corredor dos dois alas, estando agora Sterling orientado ao seu pé mais favorável e De Bruyne a partir da esquerda para dentro, onde já tantos golos de belo efeito conseguiu.
Parecia até estar a resultar, tendo Sterling duas boas oportunidades já no interior da área. A 2ª, precisamente após um passe magistral de De Bruyne.
Ao intervalo era evidente que Guardiola não podia tardar em alterar alguma coisa.
Saltava à vista a necessidade de ter um médio mais criativo na zona central e encostar ao corredor um ala com maior capacidade de criar desequilibrios individuais. Pensou-se em Bernardo Silva. Pep Guardiola escolheu Mahrez.
Pouco ou nada adiantou.
Já De Bruyne voltou ao seu habitat natural e foi lá que surgiu para empatar o jogo a 20 minutos do fim.
Por esta altura já o City jogava com uma linha de 4 defesas apenas, adaptando-se ao seu sistema habitual de 4-3-3.
Em tempos passados, nunca a equipa de Guardiola teve maior exuberância como quando o triângulo de 1/2 campo era composto por Dinho-De Bruyne-David Silva. Esta noite estavam lá os 3, mas não em simultâneo.
Só que nesta fase Rudy Garcia teve uma jogada de mestre. Por incrível que pudesse parecer, substituíu Depay, o seu melhor jogador mas já desgastado, por Dembele.
E fez mais, aproveitando o empolgamento do MC e consequente subida dos laterais agora já menos protegidos, encostou o extremo Francês ao lado direito do ataque para explorar aquele espaço que Guardiola se tinha preparado para fechar - o espaço lateral/central.
São dois golos do recém entrado que aparece nessa mesma zona a finalizar que acaba por desfazer mais um ano o sonho dos citizens na conquista da Champions.
O Lyon acaba por ser um vencedor justo pois adaptou-se melhor às dinâmicas do seu adversário e soube explorar com eficácias os pontos mais débeis.
Teremos nas 1/2 finais uma equipa que ficou em 7º lugar da liga francesa e nem se apurou para as competições europeias.
O que dizer deste formato a apenas 1 mão? Os espetáculos não têm defraudado!
E já agora, o que dizer do falhanço incrível de Sterling ("à la Bryan Ruiz") que daria o empate perto do fim?
Talvez tudo fosse diferente.
Talvez não.
Autor: João Rico
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