Transformar um exercício Específico em Representativo (e contextual)

10x8 + GR no último 1/3 do campo

 

Nota prévia: Este exercício faz parte do Ebook "50 Exercícios contextualizados de Treino para Futebol"(exercício nº41).

Se ainda não tens o Ebook, podes encontrá-lo aqui>>

 

O propósito deste exercício é demonstrar como uma tarefa ofensiva de superioridade numérica e procura da finalização, ou defensiva convicta à proteção da baliza se pode tornar uma Situação contextual que influencie determinantemente a implicação dos jogadores e, pela sua competitividade, os faça sentir dentro do jogo.

Como indicado, é um exercício de 10v8+GR, onde uma equipa defende próximo da sua baliza, em inferioridade numérica, e a outra tenta marcar golo através de acções combinativas no último terço do campo.

 

Hipóteses para as regras da tarefa são:

  • Equipa que faz golo reinicia com bola
  • Equipa que defende, se a recuperar, deverá ultrapassar a linha final do adversário

 

Muito bem, dirás tu. Simples de perceber e com objetivos ofensivos e defensivos.

E pensarás logo de. seguida: "Ok, mas não chega..."

Pois não!

 

Faltam enumerar os critérios que levarão a tarefa ao encontro dos nossos princípios de jogo.

Só assim deixará de ser um exercício específico para passara ser um exercício representativo.

 

No exemplo abaixo estimulamos um defesa-central (DC) a "conduzir para atrair" de forma a libertar espaço para outro colega. Será através destas ações dos DC que vamos garantir a superioridade numérica nesta última fase.

 

Podemos e devemos incluir mais princípios, mais focados na ação ofensiva ou na defensiva.

E a tarefa começa a ficar rica do ponto de vista tático/cognitivo.

 

Pois bem, mas queremos mais fundo na questão.

Muitas vezes é a emocionalidade de uma tarefa que define o grau de comprometimento e de foco que os jogadores manifestam. A competitividade deve estar presente o mais possível para que a entrega seja total!

 

E se queremos que treino simule o jogo, não há mesmo outra forma de fazer as coisas...

 

Por isso fazemos evoluir o exercício anterior para uma situação CONTEXTUAL, onde simulamos um período específico (últimos 10 minutos de jogo), onde:

  • Uma equipa vence por um golo e tem 1 ou 2 jogadores a menos (lesão, expulsão), sendo obrigada pelo adversário a defender próximo da sua baliza e irá tentar aguentar a vantagem no marcador;
  • Outra equipa está perder a 10 minutos do fim, tem 1 ou 2 jogadores a mais e precisa encontrar eficazmente soluções para finalizar.

 

 

 

Regras: Equipa que defende marca golo se fizer a bola passar pelas zonas de referência (quadrados). Se o nosso foco estiver na equipa que ataca, esta regra fará com que o equilíbrio ofensivo obrigatoriamente se mantenha e a transição face à perda seja intensa. Colocaremos por exemplo os nossos DC a progredir no espaço para libertar entrada dos laterais com espaço pelo corredor, os Médios-Ala a jogar por dentro e ser solução na área para cruzamentos, etc...

Se o nosso foco passa por simular a situação defensiva, vamos ter que definir quais as zonas de pressão, quem ocupa que espaços quando a equipa báscula defensivamente, posicionamentos de marcação e cobertura, tomada de decisão sobre pressão, etc...

 

No fundo, é aqui que treinador vai integrar os princípios de ação estratégicos para caso de uma situação semelhante ocorra no jogo.

O jogo é caótico e imprevisível. Quanto mais tivermos os cenários contextuais previstos e treinados mais facilmente poderemos adaptar a equipa e garantir sucesso nos mesmos.

 

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